Das Greves
Ela é um dos instrumentos da democracia. É por meio dela que benefícios, como aumento de salário e melhores condições de trabalho, são conseguidos. É através da qual que o trabalhador demonstra sua indignação, seu descontentamento com alguns aspectos da sua área de atuação. Ela se resume a uma cessação, uma parada coletiva, que se alia a passeatas e declarações polêmicas. Porém, como já disse o mestre Gessinger, "o preço que se paga às vezes é alto demais", e, infelizmente, é pago por quem não devia.
O Rio Grande do Norte hoje passa por um momento de muitas greves, as quais atingem aspectos como a saúde, o transporte e, principalmente, a educação. Para se ter uma ideia, quase 100% do corpo de professores do estado está em greve, a qual teve início no dia 02 de maio e, pelo jeito, continuará até os pedidos serem atendidos.
O ponto no qual quero frisar aqui são os maiores prejudicados disso tudo: os alunos. A maioria está inteiramente sem aula há 20 dias, colecionando promessas de que tudo voltará ao normal em alguns dias, uma semana, duas... Imaginemos então a quantidade de conteúdo que está sendo atrasada durante esse tempo; e a solução póstuma aplicada é abolir as férias no final do ano para tentar remediar - creio que de forma pouco efetiva - a terrível situação. Resultado: baixa assimilação dos conhecimentos postos à esmo na cabeça dos estudantes e revolta por parte destes contra os educadores, tidos como íntegros culpados pelos dias letivos no fim do ano e pelo seu mau desempenho.
Se os professores são culpados? Não creio. Quem é culpado é o governo, que faz uma má administração e gera todos os descontentamentos. Parafraseando a professora Amanda Gurgel, a educação nunca foi prioridade no Brasil. E depois ainda reclamam do baixo nível educacional brasileiro.
Agora é só torcer para que se faça logo um acordo e as aulas voltem ao normal; e também, claro, para que a educação seja alvo de mais investimentos, já que - e eu tive o desprazer de observar isso - a maioria das escolas públicas não tem uma estrutura apropriada para abrigar os alunos e para dar condições favoráveis ao ensino que os estudantes merecem.
Ah, antes de terminar meus escritos, queria comentar sobre a greve dos motoristas e cobradores de ônibus que começará amanhã. O que eles pedem é um ajuste salarial de 7,5%, que foi recusado pelos empregadores, os quais, em vez disso, ofereceram 6,3%, quantia desprezada pelos trabalhadores. E adivinha quem são os mais prejudicados? Se você disse os usuários, acertou no mosquito. E, infelizmente, eu sou um deles. Pelo menos conto com meu pai para me levar, e quem só possui os ônibus como meio para ir ao trabalho, ao colégio ou a qualquer outro ponto da cidade?
Como disse Roger, do Ultraje a Rigor, "ah, quando eu tiver dinheiro, eh, quando eu tiver dinheiro, eu prometo a mim mesmo que só vou andar de táxi! Ônibus, não! Ônibus, não!". Lamentavelmente, os professores pelo jeito só devem andar de ônibus.
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