Negativas

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3.1.13

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Nossa, faz muito tempo que não posto alguma coisa. Venho agora sem um tema definido, sem uma linha por onde costurar meu raciocínio, sem as migalhas que me guiariam por um caminho culminante em uma tese minimamente aceitável. Não estou nesta página para fazer críticas a algo que não merece, mas que faço questão de prestar-lhe a minha atenção, como assim o fiz em falatórios passados. Não estou em condições de falar de religião, de hipocrisia, de problemas sociais, do quão a minha cidade é suja ou do sem número de futilidades que preenche esta rede mundial, a qual, a cada dia, assim como aqueles programas de pescaria nas manhãs de domingo, atrai para si os peixes, analisa cada um deles, para, depois, soltá-los, sob regime de liberdade pouco costumeira, não mais intactos, mas com um furo do anzol da globalização. Também não é desiderato meu falar da globalização neste momento. Isso porque é um assunto que exige muito, pois o caderno me diz uma coisa, e a vida me diz outra. Também não vou aqui falar de palavras que aprendi recentemente.

Não pretendo falar da Vida, do Universo e Tudo Mais, muito menos dos livros que ando lendo. Faltam-me palavras, neste momento, para descrever minha paixão pelo método científico, bem como para tratar das teorias através das quais minhas verdades são pautadas. Não quero fazer meus votos para 2013, porque não gosto de traçar metas sem analisar as circunstâncias. Também não criticarei o sistema educacional no qual estou inserido e para o qual não possuo alternativas. Não falarei ainda de um Genuíno que quer ganhar seus últimos trocados às custas do dinheiro popular antes de ser condenado definitivamente.

Mas eu preciso falar sobre algo, afinal, um texto precisa de uma ideia central. Não posso ficar jogando palavras que expressam a minha total falta de criatividade e disposição, ao mesmo tempo em que descortinam minha falta do que fazer, sem tentar, ao menos, tecer uma malha coesa a partir de um ponto bem determinado. Ou talvez eu possa. Talvez  o processo de escrita acima funcione como o ritmo das músicas tolas, as quais fazem sucesso não pelo conteúdo, o qual apresenta uma característica que merece mais afago da Ciência: o vácuo poético; mas pelo barulho que fazem. Não que esteja comparando meus escritos com as futilidades musicais, são coisas com objetivos diferentes. O ritmo viciante faz dançar e esquecer dos problemas, enquanto que o que escrevo somente faz manter a lombar sofrendo por uma postura inadequada e lembrar que ócio, na vida do ser humano, está mais presente do que deveria.

Assim como Cubas terminou o seu livro com um capítulo de negativas, termino este ano com um post de mesma estrutura. Mas que fique claro que este fim é um recomeço. Este blog voltará a ser populado pelas minhas impressões, devaneios, críticas e desabafos sobre este e outros mundos. Vou terminar logo por aqui, que estou 3 dias atrasado.

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